sábado, 5 de março de 2011

Seus Dedos


A mão que escora teu cigarro é a mesma que segura meus dedos na hora do partir. Longe de ti, perto de tudo que lhe envolve. O retrato do seu rosto fotografado por meus olhos, é o que me resta para lembrar de ti.
Como é possível uma coisa distante se tornar tão real para mim ?
Feche meus olhos ao entardecer, entoe um canto em meus ouvidos, deixe-me viajar junto a tua melodia, cantada pela boca que sempre desejei.
Lábios que de tão meigos e dóceis, se tornam maliciosos diante a sua grande inocência devassa. Teu corpo que encanta, é o mesmo que aconchega os meus breves sonhos. Tuas palavras que de tão perfeitas, se perdem na distância imposta entre dois amantes de vanguardas semelhantes.
O teu romantismo se perde no surrealismo causado pelo acaso do meu ser, que agora, passa a ser nosso ser. A boca que beijas é a mesma que te idolatra por ser perfeito aos olhos de quem lhe admira.
Apague este cigarro, segure minha mão, não me deixe partir, me leve em seus dedos para onde possamos seguir e sentir aquilo que montamos em nossos breves sonhos.
Me algeme em sua alma, me aprisione a você, para que nosso dois jamais volte a ser um.

Autor : Cristian Schröder

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