sábado, 30 de julho de 2011

Pés no chão



A vida é um criminoso que me arrasta por suas vias asfaltadas de dúvidas, até esfolar meu rosto com as tuas tão escassas verdades. Bom, tão escassas ao menos para mim .
A vida mata a esperança que vive em nossos corações, retirando nossa alegria por uma fita de luz que atravessa a porta que nos separa da sua ilusão que tanto criamos e desejamos .
Nos deixa loucos de tanto querer ser e não poder ter, que em frações de segundos, o nosso castelo se desfaz por um tocar da onda ao alcançar a fortaleza mais forte do meu mundo, o amor .
A vida é tão canalha, que já sabe nosso fim, e põem seu capataz, o destino, no meio de nossas estradas, para termos que escolher entre ir ou vir, para que assim, ela mude o nosso futuro planejado desde o meu berço .
Porque eu sinto tanto medo de olhar para cima e deixar com que minhas lágrimas caiam do meu rosto, sem que a insegurança tome conta do meu rosto ?
Retiro meus sapatos para entender com mais firmeza, se o terreno que piso, é seguro para mim, se é por isso que tenho que passar.
Mesmo incerto de tantas certezas que perdi durante o caminho, sigo sem olhar para trás, sem medo de persistir no erro que cometi em um passado não tão longe do meu presente . Afinal, a vida é isso, errar, acertar, tentar se manter no acerto, porém, olhar para o lado e cair no erro novamente . De nada seriamos se não fossemos eternos errantes em nossa sabedoria .

Autor : Cristian Schröder

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Sonhei Uma Realidade




Quando meus passos se perdem no espaço que habito sem rever e imaginar onde estou, meus olhos encontram sua face voltada para um tudo, um tudo que espero em mim chegar . Seus dedos de tão distantes dos meus, fazem com que sonhe a cada dia que passa, por um acalanto de sua voz, em meu ouvido a sussurrar .
O beijo com que sonho a um tempo, aumenta minha sede de ver seus olhos brilhando ao luar. Luar que deitado sobre teu colo, quero passar a lua sem jamais te deixar escapar.
Não voe alto, deixe com que minha visão, acompanhe sua rota gloriosa de um proletariado comum, assim como eu .
Quero conhecer o calor do seu corpo, o cheiro do seu corpo e fazer aparecer o tão belo sorriso que sonho todos os dias .
A voz rouca, afaga um prazer de passados imperfeitos, criando a esperança de um futuro incerto e sonhador .
Quero despertar em seu peito ouvindo o ritmo do seu coração acelerar, quero seguir em vida junto a ti, para que um dia, você eu possa amar .

Autor : Cristian Schröder

domingo, 24 de julho de 2011

Espaço em não luz


As incertezas rondam o sol de todos os dias. Em um ciclo vicioso de medos, deixamos razões de felicidade para trás, com o motivo de não querer sofrer. Apenas não sabemos, que o sofrer em sua maioria, vem das certezas criadas ilusoriamente.
O chão rachado de otimismo, compõem a estrada de toda uma saudade das coisas que não vivi, pelo simples medo do chorar. Mal sabia eu que o chorar era tão bom . Através do choro, alivio a dor de um nunca mais, o ardor de uma paixão recolhida pelo vento, de uma perda que ganhei, ou até mesmo, uma forma de celebrar a felicidade de simplesmente respirar .
O tempo passa, e a vida nos ensina que ser gelo em verão de litoral árido, é não ser feliz em pleno carnaval. A vida nos mostra, que não existem caminhos que não possam ser mudados.
A trilha que montamos com nossos olhos, podem ser apagadas pelo simples ato de piscar ou preferir seguir pelo lado de lá.
Mão dupla que guia o acaso múltiplo variando de canto em canto, apenas isso que guiará nossos passos em espaços tão concorridos, apenas ele escancara em meu rosto, o querer que jamais imaginei, apenas ele, o destino .

Autor: Cristian Schröder

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Que voe


Cansei de gastar meu lábios assoviando para um certo alguém que se encontra do outro lado da colina, vir me encontrar. O temporal vem chegando ao norte, hora de me recolher .
Dentro de casa, desfaço de minha transparente máscara, que um dia usei para algo tentar achar em torno desse pasto verde.
O sol de pôs, e com ele, a chuva de um inverno qualquer se faz presente .
Passam os dias, as horas, os segundos ... Passam pessoas, quereres, conquistas e desejos. Tudo passa, passa até o que jamais passou, porém jamais te vi de passagem por aqui .
Meu olhar se perde no azul do céu refletido no lago de esperança que fica perto de minha janela . O céu é tão bonito daqui de dentro, pena que tenho medo de seguir a sua imensidão. Medo de seguir suas nuvens e encontrar um nada perdido no vazio . Porque é tão difícil ver o céu e não pensar nos seus olhos que eu nem conheço ? .
Quero beijos com sabor de vermelho pecador; quero suspiros com pedidos de jamais termine; quero suas mãos entrelaçada em meus dedos.
Meu caminho quero cruzar com você ao meu lado, se um dia eu te deixar andar só, tenha certeza que estarei logo atrás, para impedir que um dia você volte a voar com o vento .

Autor: Cristian Schroder

terça-feira, 12 de julho de 2011

Ficarei bem

Não se preocupe, ficarei bem.
O chão continua fixo em meu silêncio, suportando o peso da solidão que me ronda, desde o dia que fugistes com o vento .
Os arranha céus, arranham meu egoísmo de apenas acreditar em meus passos, sem olhar para o lado, querendo desesperadamente te encontrar.
Mas não se lembre de mim, estou bem.
Você pode roubar tudo de minha vida, pode pegar minhas mão e as levar junto ao teu coração, que eu jamais correrei atrás de você para as recuperar.
Por mais que meus pés peçam para correr de encontro ao seu abraço, minha respiração ofega quando penso em você. Sua sombra atormenta meus olhos, que dia após dia, querem ficar cegos de você .
Mas continue andando, irei sobreviver.
A brisa toca meus cabelos, as lágrimas descem sem motivo algum, mesmo quando o choro está contido dentro de uma caixa de vidro, excluindo meu sofrimento da minha vida por inteiro.
Abaixo meus óculos para ver um novo dia nascer para mim, no meio desse luar intenso de sofrimentos a mercê qualquer.
Viva a vida, viva a sua vida, não se preocupe comigo, sei andar com as minhas próprias solas dos pés, sei recordar o dia de ontem, se me arrepender de algo que não fiz .
Não se preocupe, estou bem, ficarei bem, espero que tu sejas seu próprio bem e que sua vida, lhe ocupe a razão de um calar de bocas .

Autor : Cristian Schröder

terça-feira, 5 de julho de 2011

A estação


Posso não ser bom em palavras recitadas, mas o coro que me impulsiona jamais se calará . Em sinfonias quebradas dentre tantas notas musicais, a vida segue fora dos trilhos para quem um dia já a quis pilotar.
Os pássaros voam de contra ao vento, assim como, meu coração bate forte quando esbarro na indecisão. Fechar os olhos e respirar fundo, de nada mais me adiantam, uma vez que minha esperança se perdeu em vida .
Pedaços que restaram ao chão, do que um dia me foi de direito, cobrem o andarilho que meu trem descarrilou. Ferros amassados, pessoas gritando de dor, confusão e um vento frio. É o que me resta ao fim de tudo .
Fim, uma palavra que não existe para um fracassado, pois, assim como os pássaros não desistem de continuar a bater suas asas contra o vento, um perdedor jamais desacredita em um novo amanhecer.
O calor dos raios que me tocam ao nascer do sol, exclui do meu horizonte a neblina que mesmo ingênua em seu existir, me fazia perder a visão para aquilo que um dia quis enxergar e não mais podia .
Já desisti de tudo, sem antes ter tentado alcançar algo. Já enxerguei o claro em escuridão fosca de pessimismo.
Hoje, encontro em um luar, o motivo de rir em prantos passados, para que um dia, a lágrima quente que desce em meu rosto, se transforme esperança, para enfim, poder amanhecer .

Autor: Cristian Schröder

domingo, 3 de julho de 2011

Errar e errar


Um erro de cálculo, um erro de vida, um erro de personalidade, um erro de um erro. Errar é uma característica comum ao ser humano, porém, surreal quando reconhecida ao outro. Existem caminhos que nos levam ao erro por nossa opção, por nosso querer. Essa opção surge como um nada em nossas vidas, onde temos que escolher entre ir e ficar, entre estar e ser, ou então, é palpitavel a escolha que meu ser desejar crer em ser .
Profanos erros que me fazem crescer, são os mesmo erros que angustiam em me fazer permanecer, mesmo sabendo que irei tombar em águas barrentas .
Estranho é reconhecer um erro escrito em carta a pulso, em querer se dividir em dois tempos psicológicos, onde em um piscar de olhos, se tornam cronológicos a mim.
Tinta azul de maré com verdes correntezas, me amarra ao pé de uma cruz sem ter para onde fugir. Um estigma qualquer me prende ao passado presente em minha cabeça, onde quero que meu presente se faça passado, para então fazer com que o futuro presente me faça bem. Mas não posso, pássaros verdes me avisam de uma boa nova vinda de um lugar não tão longe no tempo, que o canto está repartido em dois, onde não existe coadjuvantes em uma lírica duelada por opostos .
Mesmo sabendo disso, porque insisto em querer errar ? Talvez seja pelo fato de sempre saber onde esse caminho vai dar, porém, com o pretexto de um desvio no meio da estrada haver para enfim, poder percorrer outros horizontes que me levem a crer em um acerto final . Final de um erro, início de outro, erro bobo em achar que um erro se acaba em um final, mau sabem eles que é um erro achar que nosso erro acaba com um acerto.
Por isso sigo errando, sofrendo e sendo feliz comigo mesmo. Não há companhia melhor que minhas lágrimas quentes e meus risos frios; não existe acerto após erro, e sim, uma prevenção ao erro levando ao acerto .

Autor : Cristian Schröder