terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Monólogo III



Deixa ficar assim, tudo é bom quando se olha para o lado e percebe que a mão está dada com o eterno. Nem sempre rezamos os credos e as orações quando desejamos alcançar o milagre; às vezes ele apenas acontece, apenas aparece.

No insolúvel, a crosta reflete o riso, o brilho, o massivo e o necessário. Tudo sonhado como era de ser realizado. Engraçado como a paleta desenha as notas; como o lápis cria uma memória; como o acaso retrata e tatua a esperança.

No verde encontrei o azul. Não um simples azul, o seu azul. Paradoxalmente, encontrei o que nunca perdi, ou seja, aquilo que nem sabia da existência. De uma forma ou de outra, sou grato, apenas grato.
Grato por me olhar, por me notar, por me viver e saber ser você, nú eu.
Gratidão retomada por cada gesto colocado em mesa, servido em panelas comuns, sem garfos, apenas o seu prato. Degustar da sua beleza e deglutir da tua paixão é uma das profundidades na qual mergulhei, me afoguei e vivi. Transbordado e encharcado de tudo que lhe ronda.

Mão em coxa, olhar em boca. Tudo estalando como um remédio ao sair de sua cartela. Em minha mão, te tomo como um antibiótico, sem prescrição e sem nenhum conhecimento válido.
Nos primórdios eu quis, hoje, eu sou.

Grato, de fato, hoje e eterno... o meu muito obrigado !

Autor: Cristian Schroder