sexta-feira, 15 de abril de 2011

Afagado


Clandestino como um gato em território de cão, é aquilo que respiro quando estou deitado em nossa saudade. O vento que seqüela meu amor sofrido, é o mesmo que te afasta da lágrima que escorre pelo meu rosto .
Acho que estou bem, perdi meu senso, perdi os ângulos onde mirava-te, perdi até mesmo aquilo que nunca tive.
O silêncio traz em si o grito da saudade e do sofrimento que sempre escutei de longe,mas que hoje, me atormenta nos sonhos em que tenho acordado.
Não irei chorar, lágrimas apenas me fazem mal e de nada adiantam, o que te levou daqui foi um acaso, meu sofrimento apenas te tornarás mais inalcançável do já que és. Em um caminho de duas vertentes, escolhestes o caminho oposto à mim. Talvez seja por isso que te vejo entre arbustos, talvez seja por isso que o doce perfume de seus cabelos, estejam em outros horizontes.
Com um punhal em mãos, rasgo em pulso todo aquele sofrimento que me proporcionou em nossa saudade, acabo com a distância imposta pelos seus pés diante a mim com um punhal afagado por veias, e um coração sangrando em sua ausência, assim me encontro em ti.
Me encontro deitado em mármore branca com manchas de uma ilusão interpretada erroneamente. Era uma vez uma saudade, uma saudade que jamais existiu ...

Autor : Cristian Schröder

Nenhum comentário:

Postar um comentário