sábado, 9 de abril de 2011

Sonhos Cadentes

Deitado na minha cama, vejo no teto as estrelas fluorescentes que colei quando criança, simulando o céu que sempre quis ter e que nunca pude tocar. Me vem lembranças de como era bom estar ao teu lado quando chovia, pois você retirava seu casaco me cobrindo e me protegendo dos pingos que iriam acabar com minha roupa e minha imagem. Era tão bom ouvir tua voz pertinho do meu ouvido logo ao amanhecer.
Em um teto planejado de estrelas cadentes, o desejo que mais quero, é ver seu sorriso novamente, aquele mesmo sorrir que se foi junto as nuvens que encobriram meus pontos luminosos artificiais.
Com um fechar dos olhos, te vejo aqui perto de mim, parece tão real o seu olhar ao me admirar; receoso, abro meus olhos vagarosamente, e vejo aquilo que já presumia, a parede branca estampando o nosso retrato de quando éramos dois em um.
Levanto-me em direção a cozinha, o caminho de um vagar madrugado se tornou um túnel, onde sigo até o seu fim. Dentro dele vejo o fogo que atirava-lhe quando chovia, para não deixar com que o calor que nos envolve se resumisse em apenas lembrança. Mas de nada adiantou, sua vida se tornou alheia aos meus objetivos, se tornou estranha diante os ideais daquele que conheci e que se mostrou ser não aquele, e sim , um qualquer e simples aquilo.
Saberei viver sem você, saberei seguir sem ter aquilo que desejei às minhas estrelas cadentes. O passado pode me atormentar, mas jamais será a âncora que me prende a este presente de memórias vivas.
Viro-me de lado, sonho com o futuro que um dia sonhei acordado em ter com você. A vida segue, minha ilusão persiste, ainda te espero de porta aberta, minha cama está pronta para você, volte antes que meu coração se feche para aquilo que sempre deveria estar fechado, para aquele que nunca compartilhou de um mesmo céu comigo, para aquilo que eu nunca deveria ter acreditado e me entregado. A você, o simples e ilusório amor de minha vida .

Autor: Cristian Schröder

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