quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Sem Título ... [ Parte III - FINAL ]

E lá estava eu, em prantos, chorando por uma vida que estava prestes a perder. Recordando de todos os esforços que fiz para dar uma vida boa para meus pequeninos, que naquele instante já não sabia se estariam vivos ou não, mais de nada isso importa, eles estavam prestes a perder a mãe deles, a mãe que os ninavam até adormecerem em seus travesseiros.
Lembro-me muito bem, de quando aprenderam ler e a escrever, nossa, qe felicidade, meus olhos brilhavam de orgulho, de saber que meus filhinhos estavam no caminho certo a seguir.
Infelizmente, dentro de poucos instantes, eles perderão este apoio meu, perderão o meu colo e principalmente, me perderão.
Não quero pensar nisso, quero pensar que encontrarei meu esposo, que olharei meus filhos de onde eu estiver.
Mais uma pessoa foi de encontro a morte, enquanto espero minha vez, outro caminhão, repleto de pessoas como eu, estaciona no pátio. Dentro deles apenas crianças e idosos, quando menos espero, escuto uma voz fina e fraca gritando :
" - Mon, Mon ".
Quando olho, minha pequenina, meu deus , ela está aqui! Como isso foi acontecer ?
- " Por favor soldado, me mate mais tire minha filha daqui, ela não merece passar por aqui, ela já perdeu um pai, não a deixe me ver morrer, me leve mais não faça nada com ela, por favor ..."
-" Cale-se sua bastarda ingloriosa, sua filha vai morrer como ela merece, ela nem deveria ter nascido, bando de retardados e desviados! Por ter perturbado a ordem, ela irá ver como a mãe dela morre, para ela aprender que não se deve brincar e nem desrespeitar autoridade, sua vadia." Disse o general .
Logo após isto, me puxou pelo braço, me colocou enfrente a minha filha, me segurou pelos cabelos, me espancou novamente enfrente à minha filha. Quanto mais gritava de dor, mais ele me batia, minha filha assustada não parava de gritar e chorar. Por conta disto, outro soldado pegou minha pequena e a espancou com uma corda grande e suja.
Estava já sem forças para gritar, netão me rendi aos soldados. Levantei meu dorso, peguei na mão de minha filha, puxei-a para baixo fazendo com que se ajoelha-se próxima a mim e lhe beijei o rosto.
Infelizmente a marca deixada em seu rosto foi de sangue, assim como o rastro que deixei por onde os soldados arrastaram meu corpo.
O general da tropa rindo, me levantou pelos cabelos e falou em meu ouvido repleto de sangue :
-" Morra sua judía filha de uma rameira". E me jogou no forno.
As últimas coisas que ouvi foram o grito de minha filha e as risadas dos soldados.
Quinze anos se passaram, e felizmente minha filha sobreviveu às tropas, hoje, estuda e segue o caminho que sempre quis ve-la seguir.
Meu filho, se tornou um advogado de reconhecimento internacional, ambos moram na mesma casa, moram felizes. Na sala da casa, ainda guardam o retrato da família reunida em uma ceia de natal, onde eu e meu marido eramos vivos.
Filhos, quero que saibam, que onde quer que vocês estejam, sempre estarei junto a vocês. Jamais vos abandonarei !
Vos amamos .

Autor: Cristian Schroder

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