sábado, 28 de maio de 2011

Oriundo


Deitado neste chão de águas em um solo árido em plena uma seca qualquer, minhas lágrimas fazem florescer a flor de uma ilusão apreciada de perto pelos meus sonhos. Escuto vozes que a ventania traz de encontro ao meu ouvido, olho ao redor, não vejo ninguém, a não ser a poeira eterna que me ronda por todos os lados. Levanto-me, caminho a encontro de algo que nem eu mesmo sei onde se encontra. Ando para o lado em que a ventania sopra em meu rosto. Meus olhos mirando o espelho de vapor que se forma em um solo ácido como este, vai se perdendo em miragens criadas pela minha cabeça, tirando o foco de uma vida que a mesma já não cabe em mim.
O sol arremessa em minhas costas raios que rasgam minha alma, me fazendo sangrar por dentro, me cortando em dois grandes pedaços. Me fazendo perguntas sobre algo oriundo qualquer, me levando para um labirinto de várias saídas, onde me perco cego, onde me liberto preso, de onde eu saio mais confuso do que já sei que sou.
Porque é mais fácil de sonhar o real e tentar viver o sonho incabível às minhas mãos ? Porque não jogo minhas ilusões para um canto qualquer, assim como faço com uma bola de papel inútil ? . Simples, pois nossa realidade é a bolinha de papel que amassamos e jogamos fora, é aquilo que rabiscamos com nossos sonhos, preenchemos com nossas expectativas e assim que percebemos que não existe mas linhas para podermos escrever, amassamos e jogamos em um canto qualquer.
Triste saber que me vejo em meio de um deserto de falsas esperanças, lastimável saber, que tinha a quem me agarrar, a quem recorrer, e hoje parto por esse solo sem fim apenas de pés descalços, recorrendo a um horizonte infinito aos meus olhos.
Em linhas de pontos infinitos, construo o desabafo errôneo de uma vida pré construída e inacabada. Em linhas compostas de letras, descrevo um momento difícil de se passar, porém, fácil de cobrir.
Assim que encontrar o verde de tua grama, levarei em minhas solas, aquilo que apenas o solo árido pôde me oferecer, aquilo que apenas os raios do sol em minhas costas me ensinaram ... A expectativa real de uma vida qualquer.

Autor: Cristian Schröder

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